domingo, 1 de julho de 2012

Texto 5 - Edição #07

LUGAR DE MULHER É NA REVOLUÇÃO! E DE PIRIGUETE?

Eu gostaria que essas palavras, ao invés de escrita, fosse dita pessoalmente pra cada pessoa que viu o ocorrido. Mas como o mundo dá volta, isso é impossível na minha atual situação.
Em setembro passado a banda The Adicts esteve em Sampa novamente. O evento foi bacana, com bom público e blá blá blá. Isso todo mundo sabe e nem interessa. Aliás, nem sei porque tô perdendo tempo falando sobre o evento. O que realmente importa é o motivo pelo qual falo com vocês, foi o que rolou durante a música "Naughty Girl". Nesse som, o gatíssimo (e eleito o cara mais sexy do mundo por duas dúzias de xerecas piscando) vocalista da banda, o Monkey, chamou algumas garotas pra subirem no palco e dançarem. E lá fomos nós em direção ao palco.
Mas não foi tão fácil como vocês imaginam. Estamos acostumados a colar nos sons e ficar lá pagando de decoração ou desfilando nossos dotes físicos pra lá e prá cá, ficando só na admiração dos gatinhos punks no móxi piti. Então pra subir no palco foi complicado precisamos da ajuda da equipe de seguranças, que empurraram a gente palco acima e ainda tiraram uma casquinha esbarrando em nossos peitos e bundas (sem pobrema!).
Já no palco, logode cara começamos a danças sensualmente, tentando mostrar que se a gente não se garante com o cérebro e nem no móxi piti, pelo menos no rebolado somos foda! Pra algumas, só faltou aquele poste que tem em boate de strip. Nesse momento, percebo olhares de reprovação vindos da plateia 9e també de tesão... eu acho). Mas foda-se, o lance era tirar uma casquinha com o Monkey. E aí o bicho pegou!
Conforme a música ia rolando, as xerecas começaram a ficar atacadas e de repente várias começaram a se esfregar no cara, era mina beliscando, passando a mão e num piscar de olhos começou uma fila pra ver quem conseguia enfiar a língua na boca dele. E esse bacanal rolou até o fim da música, quando fomos convidadas a vazá do palco. E como somos umas panacas, nem pra descer rolando nóiz foi capaz, tivemos novamente a ajuda da equipe da banda e dos seguranças (e mais algumas bolinadas... sem pobrema!).
E você que tá lendo isso deve tá pensando porquê tô explicando essa fita? Então, fizemos esse papelãp porque apesar de falar mal da mulher melancia/melão/banana/abóbora/tomate/tofu/alface, das dançarinas de axé e das escolas de samba que balançam suas bundas, das minas que usam fotoxópi pra aparecerem peladas na revistas, da imposição de padrões de belezura fora da realidade, das barangas que são modelos, das putas que ganham a vida metendo (ganhando dinheiro fácil ao invés de arrumar trampo decente, né não?), apesar do nosso discurso feminista/anarquista/libertário/igualitário, somos apenas piriguete!
Nunca fomos Punks! Não gostamos de ler (só vale ler recado nas páginas das redes sociais), não pensamos, não usamos o cérebro pra produzir algo útil, não escrevemos em blogs ou zines (só recados nas páginas das redes sociais), não montamos bandas, não apoiamos e nem participamos ativamente da cena, quase não colamos nos rolês, apenas parasitamos no rolê. Ficamos felizes em cuidar da vida dos outros, de procurar roupas pra fazer o visu mais espalhafatoso raw droog pin up do rolê, de fazer fofocas, de olhar com desdém pras minas que são correria e de ficar tirando foto fazendo cara de lambisgóia. Ficamos felizes em ser mina de algum punk, e em alguns casos, de ser o saco de pancada e o seu depósito de porra. Pra gente, isso basta.
Somos uma farsa! Usamos o punk pra autopromoção, pra xocar amiguinhos da escola e vizinhos, pra xocar papis, mamis e família. Pagamos de algo que muita gente leva a sério e rala por isso, enquanto nóis não entendi nada e só repeti umas falas manjadas e zuamos o barraco. Porque é só tricar uma ideia de leve com a gente pra vê que nóis é vazia, pra vê que nóis é piriguete. E na boa, se pá nem queremos mudá essa situação, porque informação é fácil conseguir, falta é vontade mesmo.
Enfim, nem todas que tavam no palco são assim, e elas representam. Mas uma boa parte que tava, se pá a maioria, são piriguete. Imagina em quanto rolê algum cara veio trocar ideia, querendo ficar e as mina foram logo com aquele papo de respeito e tals? Ou então não quiseram ficar com o cara porque acharam que era feio.
Bom, já disse no início que gostaria de falar essas fita pessoalmente, mas não é possível por motivo de força maior. Mas espero que esse canal que usei tenha sido o suficiente pra esplicar ou talvez começar um debate sobre algumas atitudes que muita mina costuma ter no rolê.
E só pra constar, peço desculpa pelos erros de português e de concordância. Mas como não leio, tenho dificuldade pra escrever. So
Jujuba HC Raw Droog 77 faleceu na noite de 11/09/2010, quando retornava da apresentação da banda The Adicts. Segundo testemunhas, a jovem piriguete olhava as fotos da esfregação que rolou no palco com o vocalista da banda, quando caiu dentro de um bueiro destampado e morreu afogada na mistura de lama e entulho que lá estava.
Em depoimento à polícia, testemunhas disseram que as piriguetes que acompanhavam a falecida demoraram em socorrê-la, priorizando o salvamento da câmera fotográfica, onde constavam dezenas de fotos de várias piriguetes em total esfregação com o vocalista da banda citada.u burrinha mesmo!

Paz!

Jujuba HC Raw Droog 77

Carta psicografada pela médium Dis Graça da Cruz

Jujuba HC Raw Droog 77 faleceu na noite de 11/09/2010, quando retornava da apresentação da banda The Adicts. Segundo testemunhas, a jovem piriguete olhava as fotos da esfregação que rolou no palco com o vocalista da banda, quando caiu dentro de um bueiro destampado e morreu afogada na mistura de lama e entulho que lá estava.
Em depoimento à polícia, testemunhas disseram que as piriguetes que acompanhavam a falecida demoraram em socorrê-la, priorizando o salvamento da câmera fotográfica, onde constavam dezenas de fotos de várias piriguetes em total esfregação com o vocalista da banda citada.


Escrito por: TREVA

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