segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Crise na educação

A escola, tal qual como conhecemos, representa o ideal projeto cultural e político, de ‘ensinar tudo a todos’. Antigamente um direito de poucos indivíduos privilegiados pela sua classe social, foi sendo estendido a uma massa crescente de pessoas e, atualmente é, senão uma realidade, pelo menos uma aspiração de quase todos os povos e indivíduos espalhados pelo mundo.
A escola representa, de fato, um direito social reconhecido pela legislação da maioria dos países, sendo que sua oferta, pública e gratuita, é vista como um grande avanço do nosso tempo. Mas, a escola é considerada igualmente como um dos grandes fracassos desta época chamada modernidade. A educação e a escola pública não vão bem, vivem em crise e não cumprem a promessa de formar o cidadão. Não é, portanto, uma novidade criticar a qualidade da educação escolar, seus mecanismos seletivos que diminuem as oportunidades de acesso e permanência para grande parte das crianças, seu caráter excludente, a formação e atuação dos professores, as normas e regras disciplinares, sua incapacidade de formar competências técnicas e profissionais. Já se chegou mesmo a afirmar que o fracasso da educação pública é, na verdade, o seu sucesso. Ou seja, a escola publica ao oferecer educação de péssima qualidade é bem sucedida na manutenção das desigualdades, das hierarquias e das exclusões sociais. O povo ignorante é muito mais fácil de ser controlado! A crise da escola é tão antiga quanto à própria instituição escolar, estando relacionada a todos os dilemas éticos e morais que os tempos modernos colocaram para humanidade. É também a crise de todos os projetos e expectativas inauguradas a partir da Revolução Burguesa, momento em que a burguesia compreendeu que para construir um mundo novo era necessário investir na formação de um novo homem.
Por isso, é imprescindível refletir sobre os conteúdos desse nosso desencanto, questionando a validade e pertinência daquilo que comumente se diz sobre o fracasso do projeto escolar. Depois, é preciso considerar que a educação sempre foi um campo perpassado por lutas e tensões. O intuito seria à formação de homens livres para a vida em sociedades livres e igualitárias. Ou seja, a educação é um dos direitos do homem, e se deixamos de lado nossa responsabilidade para com a educação, a tendência é piorar cada vez mais. Devemos mudar o conceito de educação agora, e partirmos para ação da reforma educacional, pois querendo ou não isso é um problema de todos!

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