domingo, 16 de maio de 2010

Eleições?!


Todo ano de eleição é a mesma ladainha: a corja prometendo mundos e fundos, um atacando o outro, compra de votos, horário eleitoral gratuito que é uma mistura de humor, horror e tragédia, escândalos envolvendo verbas para a campanha, tudo para conseguir aquele tão sonhado cargo público que ganha muito bem, trabalha pouco, dificilmente é punido e nada faz de útil. E se a grande maioria da população sabe disso, porque insiste em votar? E porque não deixam de votar?
Longe de teorias sociológicas e/ou libertárias de discurso bonito, repleto de palavras e idéias muitas vezes de difícil compreensão, as respostas são mais simples do que imaginamos: votam porque estão condicionados a isso. Sempre ouviram dizer que o voto é um direito (apesar de eu nunca ter entendido esse lance de direito que é obrigação... coisas da democracia brasileira) e que não devem desperdiçar esse direito; votam porque acostumaram-se a idéia de delegar responsabilidades a terceiros; votam porque acreditam que essa é a única maneira de mudar a realidade sócio-política desse país, que é o único jeito de exercer a cidadania. É claro que essa subserviência não surgiu do dia para a noite, é o resultado de uma doutrinação de anos feita pela mídia e seus formadores de opinião, com apoio total da classe criminosa... ooooops, digo, política, e sob monitoramento do braço armado do estado.
Aliás, se eu fosse cientista social, diria que a pirâmide social nesse país mudou e agora é dividida em apenas duas partes: na de cima ficam os senhores feudais (os donos dos três poderes, empresários, banqueiros, religiosos e militares de alta patente). Já na parte de baixo, ficam os vassalos (todos que não tiveram êxito na tentativa de passar para parte de cima da pirâmide, os sem futuro em geral e os militares de baixa patente, que são zeros à esquerda, mas acham que só por usarem fantasia é alguma coisa). E mais uma novidade: do lado de fora da pirâmide, ficam os insurgentes, aqueles que mesmo com todas as adversidades, continuam tentando sabotar as estruturas desse sistema falido.
Deixando de lado a brisa de cientista social, segundo o poder estabelecido, o ato de não votar ou anular o voto deixou de ser uma ruptura com a farsa que é o sufrágio universal para se tornar um ato irresponsável, quase uma ação criminosa. Basta ver o teor das matérias sobre esse assunto que sai na grande mídia. E é claro que o cidadão não quer ser um irresponsável ou criminoso e acaba por votar, mesmo que seja no menos pior. Aliás, essa conversa de “vote no menos pior” é extremamente nefasta, visando, única e exclusivamente, os interesses das organizações criminosas conhecidas por partidos políticos e seu desejo interminável de se manter no poder a qualquer custo.
Imagina uma pessoa em casa, ela pega três embalagens de um mesmo produto, todos com o prazo de validade vencido. Ela vai escolher o menos pior? Claro que não! Ela vai jogar fora os três produtos, porque se consumidos vão prejudicar sua saúde. E qual a diferença de se fazer isso com relação aos candidatos? Votar no menos pior significa votar em alguém que também não presta, é eleger um batedor de carteira ao invés do assaltante de bancos. Mas ambos são criminosos e como tais, vão cuidar dos próprios interesses em detrimento do interesse coletivo, e você eleitor que se dane!Votar nulo ou abster-se de participar do sufrágio é um direito, é uma escolha. É importante mostrar aos candidatos a não confiança em seus discursos, deixar claro que sua conversa fiada não convence. Não é a única nem a melhor maneira de demonstrar insatisfação, mas é um começo.



Por: Treva - São Paulo - SP

Um comentário:

Aqui Ó! disse...

eleiçao e uma farsa da elite para se manter no poder e inves de chamar nos de escravos inventaram uma palavra nova trabalhador ,fazem de nos meros escravos do consumismo e parte dessa violencia gratuita que nos submetem inventando leis que nos proibem de tudo fazendo assim do sistema uma grande piada
eles operam o sistema de modo operante fazendo apologia ao crime pois aumentos orbitantes para politicos e pra nos meras migalhas

depois constroem cadeias pra nos

se temos algo a perder sao as cadeias