sexta-feira, 14 de maio de 2010

Entrevista com Ariel, vocal da Banda Invasores de Cérebro

NRK - O que significa para você um minuto para o Caos?

Ariel: O minuto que precede a barbárie, ou a degeneração de toda a sociedade como a conhecemos.

NRK - O que significa para você o Movimento Punk?

Ariel: Minha vida. A forma que encontrei para ser eu mesmo, num mundo tão massificado e insignificante.

NRK - O que você considera marcos históricos do Movimento Punk no Brasil?

Ariel: O surgimento das gangues de adolescentes rebeldes nas periferias, por volta de 1976; Os sons de fita pela cidade; As primeiras bandas em 1978; Os festivais: O Começo do Fim do Mundo em 1982, A Um Passo do Fim do Mundo de 2001 e o Fim do Mundo de 2002. O surgimento dos zines em 1982. As passeatas nos anos 90, com o Punk se aproximando do Anarquismo como forma de luta. A integração atual de várias tendências, unindo vários iguais que nunca haviam tido essa oportunidade no passado.

NRK - Na sua opinião qual foi o impacto social, cultural e ideológico do Movimento Punk no Brasil?

Ariel: A influência do Punk está presente desde o visual da juventude atual, passando pela sonoridade das bandas de rock e nas formas de luta, com o surgimento dos black blocks ao redor do mundo.

NRK - Ideológica e culturalmente qual a diferença do punk no passado e no presente, e quais as perspectivas de futuro?

Ariel: A principal diferença é a diversidade, com o Punk ocupando todos os espaços atualmente, com grupos de teatro interagindo com o movimento, poetas mostrando sua indignação, cineastas independentes causando horror aos conformados, artistas plásticos tacando tinta nos quadros, nos muros, bandas gritando contra a massificação, etc. e acho que a nossa maior atitude é a de tentar tornar a inevitável barbárie um pouco menos tediosa.

NRK - Como você define a juventude no passado e atualmente?

Ariel: Todo jovem é um perdido até encontrar sua forma de aceitar ou condenar essa sociedade.

NRK - Considerações finais. Este espaço é todo seu!

Ariel: Precisamos assumir algum controle sobre nossa luta. Concordamos que deva haver uma luta, ou não? Se sim, é primordial que existam pessoas que pensem e façam a coisa acontecer e iniciativas como tomar as praças (espaços públicos) é totalmente necessária. Façamos nós mesmos, mas com a condição de sermos cada dia mais convictos de nossa vertente libertária.

Acracia! Ariel.

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